Maio. Por alguma conjunção de fatores astrais a atmosfera é mais limpa, o ar mais claro, o horizonte mais perto. A temperatura ideal entre o tórrido janeiro e o frio de agosto. Chuvas são passageiras e benignas servindo somente para mais clarear tudo. Em síntese, o mês ideal para viajar de moto. Errado. Pegamos chuva, cerração e nuvens todo o tempo de Porto Alegre a Jaguarão. A cada parada tentamos manipular o clima puxando os mapas de tempo dos sites meteorológicos sem sucesso. Por aqui vai melhor… A tal hora sai o sol… Resultado: mais chuva. Viajar de moto é diferente e na chuva mais ainda. Se por um lado estamos dentro da paisagem, diferente de carro quando ela é vista de uma vitrine, por outro lado estamos isolados no capacete. A chuva aumenta esse fato, são pingos batendo na viseira do lado de fora e pensamentos pelo lado de dentro. Nenhum passa. Ao final do dia a gente tenta recordar o que rolou aqui dentro e nada. Só estrada e água. Um monge budista diria que isso é zen. Um entrecot e um assado de tiras uruguaios, um tannat perfeito e umas cervejinhas no final do dia compensam as roupas molhadas....
Lugar de homem é atrás do tanque... de uma moto! 
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