ICELAND 2015
20/08/2015 - 16:53
Seydisfjordur a Reykjahilo



SERÃO COMO NÓS - Subimos de volta a estrada do Walter Mitty sob neblina pesada... Visibilidade zero. E nos fomos pelas montanhas lunares do norte islândes. Descobrimos que todos os Oscares de fotografia para consagrados filmes de ficção foram fraude... As paisagens já estavam prontas aqui na Islândia... e se passaram por inovadores ou gênios... A teoria conspiratória que os americanos nunca chegaram na lua passou a ter relevância - os americanos estiveram muito aqui entre 1968 e 1969 e depois disso a Islândia enriqueceu... Coincidência? Neil Armstrong provavelmente pousou na "lua" e poucas horas depois jantou um cordeiro bem passado aqui em Reykjahilö (Myvatn), no mesmo restaurante que comemos neste momento uma truta do Ártico. Passamos também pelos fiordes; falésias; e território vulcânico da Costa Norte da Ilha - vimos o Oceano Ártico! Fizemos também um off road - estradas de terra vulcânica. Dia cheio! Dia repleto! Dia de entender distâncias e tempo... Ao atingir a idade dos nosso pais entendemos que todos pagam algum preço pela vida - independente da vida que levaram. Para compreendermos o mundo, precisamos manter uma distância regulamentar do mundo e do tempo... Felizes os ignorantes que não vêem o tempo passar e não conhecem o mundo em que vivem. Adquirimos conhecimento e com ele vamos ampliando tudo que é pequeno demais para ser visto a olho nu ( p.e. células) e ao mesmo tempo diminuímos coisas grandiosas como as estrelas; a terra; os continentes... em resumos ou esquemas... Ao trazer estas coisas para a dimensão dos nossos sentidos, passamos e ser capazes de introjetá-las - entendê-las , o que chamamos de cultura ou conhecimento! Focamos nisso e muitas vezes esquecemos o que realmente importa.... Aí, sua perspectiva do mundo se amplia, e não somente traz a dor, mas tem o sentido desta dor. Durante a infância e a juventude, lutamos para manter a distância adequada destes fenômenos e destas coisas. Lemos, aprendemos, experimentamos, discordamos, mudamos e corrigimos. E de repente, um dia, chegamos ao ponto em que todas as distâncias de que necessitamos foram estabelecidas. Neste momento o tempo começa a correr mais rápido. Não encontra mais obstáculos, tudo está determinado... O tempo se esvai; os dias passam mais rápido; e antes que possamos perceber... estamos velhos e muito mais velhos perante nossos filhos. Conhecimento é distância e é inimigo do sentido. "Hoje vejo meu pai em duas imagens distintas - uma com os olhos que eu tinha na infância (imprevisível e assustador) e a outra como um igual ( com a mesma idade que eu o vía com 10 anos) cujo tempo de vida está sendo arrancado... em pedaços que carregam o sentido da existência." Vamos fazer o tempo e diminuir as distâncias... Pelo menos tentaremos... Agradeço a Karl Ove Knausgard por me fazer pensar nisso... ...



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