DESERTO DO ATACAMA E MUITO MAIS
04/04/2018 - 15:21
San Pedro de Atacama (com bate e volta na Bolívia)



A melhor parte de uma viagem de amigos são as discussões que iniciam como se fosse a semeadura universal e logo se espraiam entre pragas, devastações naturais, influência não humana, fluência dos conspiradores e muita sacanagem... e assim viram semeaduras infrutíferas. O importante é que todo processo é engraçadíssimo! Basta alguém ter um ponto de vista sobre um assunto banal para divergirmos por caminhos do pensamento nunca antes navegado... Por exemplo: "alguém bateu uma foto daquela lhama na estrada?". É o suficiente, pois quem disse que era uma lhama? Poderia ser uma vicunha. Não! Uma alpaca! Não! O aparentado da lhama é o guanaco e não a alpaca. Não! O guanaco vive mais na Patagônia e estamos ao norte do Chile. Não! Todos são parentes - camelideos! E ai a coisa vai para o google. Mas quem garante que quem escreveu no google sabe mais do que nós. Pode ter sido escrito por um guri num trabalho de colégio... e ele estava louco para acabar e olhar pornografia na internet! A mesma foto de um camelídeo em um site é descrito como Vicunha e em outro como Guanaco! E o pelo? E o tamanho? E a cor? E a pqp? Sem fim. A única certeza: quem não sabe, hoje pode procurar a informação infinita. Mas ele se tornará um ignorante com informação finita e compartimentada. Pois lhe faltou a base e não adianta um estudo compartimentado. Servirá apenas para discussões infrutíferas com os amigos e boas risadas ou declarações estúpidas frente a desconhecidos. Seria esse o problema dessa geração? Muita informação sem base de conhecimento? Alguns foram para a Bolivia, outros resolveram fazer algo mais perigoso - compras! Subimos de novo os Andes, passamos de novo frio, enfrentamos de novo burocracia de fronteira, andamos de novo em estradas ruins, ferramos de novo com as motos, quebramos de novo o espinhaço, e vimos de novo o visual do altiplano boliviano. O vulcão Licancabur, seu irmão menor, os lagos vulcânicos, o horizonte mais longe que o normal (seria a terra plana? - essa discussão não cessa), os guanacos ( ou seriam vicunhas?), os coiotes do deserto, as filmagens de estradas, as quase quedas (e as quedas) e o drone com suas filmagens que nos fazem sonhar em ser pássaros. Ou seja, um dia como outro qualquer. Ou como dizia o guardanapo no lanche: "porque hoy falta um día menos para lo que sea"....



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