Olhos

“Eu vi coisas que vocês nunca acreditariam. Naves de ataque em chamas perto da borda de Orion. Vi a luz do farol cintilar no escuro, na Comporta Tannhauser. Todos esses momentos se perderão no tempo como lágrimas na chuva...”

Muitos de nós lembram quando o replicante disse estas palavras na seqüência final de Blade Runner. Olhos que vem coisas impossíveis de transmitir e que só a memória reproduz – muitas vezes com distorsões...

Os guaipecas viram imagens; cenários; e movimentos que se perderão... mas eles estavam lá, e tentaram compartilhar pelo menos algumas impressões com os queridos: Cromwell; Clyde; café na antiga estação ferroviária de Wedderburn; a primeira visão do Pacífico em Karitane; Dunedin do alto; a península e o fiorde de Otago; Sandlly Bay; e...olhos que são a porta da memória.

Os guaipecas são olhos, mas também ouvidos... Guardarão memórias de momentos, discussões e risadas que ecoarão nas nossas saudades: o Claudinho impressionado com os seus novos conhecimentos anatômicos; o Mauro fantasiado de Sr. Incrível; o Moreschi jurando ter visto milhares de ursos no Canadá; o Zé Roque teimando que azul é verde; o Zé Ricardo conferindo no mapa de 1900 as informações do GPS 2012; o Arthur descobrindo que 2000 reais não é nada e que tudo na vida se resume num único problema -  o celular!; a titica de albatroz no capacete do Joãozinho; o grupo todo sem conseguir dar seguimento a uma discussão qualquer pelas gargalhadas que levavam ao esquecimento do motivo; as intromissões irônicas no meio de qualquer assunto sério, tornando-o um problema a menos; o fato de não ter problema nenhum naquele momento... Realmente tentaremos que estes momentos não se perdam no tempo...

 

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