CANADÁ 2010
15/05/2010 - 03:06
Seattle / Whistler



Toras da Sibéria.

Antes que alguém malicie, lembramos das mães dos maliciosos.

A vida assim como a viagem vida é composta de bons e maus momentos. A nossa capacidade de escolher qual destes momentos devemos suprimir da memória e qual será nosso foco... por um momento; por um dia; ou por uma vida; ...é o que fará de nós vencedores ou perdedores. Hoje acordamos muito cedo; ficamos trancados num engarrafamento; cozinhamos no sol na passagem da fronteira; tentamos comprar um remédio especial e precioso para uma pessoa que realmente necessitava e chegamos 30 minutos após o fechamento da farmácia; e...  nem lembramos mais.

Aqui e agora, jantando bem e bebendo melhor, lembramos dos bons momentos do dia e rimos dos maus momentos. Acordamos com o nosso “Le coq canadien”  Roque sapateando no andar de cima as 5 da matina. Se ao menos ele cacarejasse... poderíamos... deixa para lá... a verdade é que saímos muito cedo e acabamos fazendo uma milhagem maior que o esperado. Visitamos Vancouver; atravessamos os fiordes; costeamos os lagos; atravessamos a Chucknut Road; e nos perdemos por caminhos de montanha até chegar em Whistler – bela estação de esqui ainda em temporada de ski.

As vezes uma simples palavra ou frase é o suficiente para ser o aditivo da viagem. Sua lembrança provoca risos convulsivos e quase um tombo ao trepidar a moto. Hoje o Zé Ricardo ao ver vários troncos de árvores apodrecendo na beira das praias do Pacífico soltou a pérola: são árvores que vem da Sibéria pela corrente marítima. O fundo de verdade não interessa.  O que interessa é a réplica de sacanagem: “tudo bem... mas quem sacudiu a Sibéria para jogar todos estes milhares de toras no mar?”. E assim por diante... A partir de então, a cada árvore caída, vem o comentário em baixo tom, entre os dentes: “as toras da Sibéria...”.  Subíamos as montanhas e paramos na beira de rios de degelo repletos de toras nas margens... – “acho que as tora da Sibéria estão subindo o rio como os salmões para procriarem....”.  Há! Há! Só quem vive feliz sabe que muitas vezes uma sequência de repetições estúpidas vira uma grande piada. Muitas vezes é uma boa piada apenas para os envolvidos... mas só entende isso... quem é feliz ou toma cervejas com os amigos.

Avante... pois as toras das Sibéria estão procriando em silêncio. Por falar em silêncio –  sem qualquer relação – o Mauro Bandeiras arrasou nos vales de degelo com seu modelito -segunda pele - Rouge Poulet Nerveux  (vermelho frango saltitante). Chega de sacanagem. A vida é o momento.

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